As hortas urbanas continuam a invadir Lisboa

A tendência está a multiplicar-se em várias bairros da cidade. Alguns destes espaços são enormes e estão ao lado de sítios por onde passa todos os dias.

 

Quem sai pela porta principal do centro comercial Colombo, em Lisboa, dificilmente imagina o que existe a pouco mais de 200 metros dali. Com o Estádio da Luz ao lado, cruzada por viadutos e acessos às principais saídas da cidade, a zona é sobretudo composta por cimento e alcatrão. Mas se caminhar com atenção, vai reparar que existe uma horta urbana.

São dois talhões divididos pelas cercas e rodeados pelo ruído da cidade e dos autocarros que passam a cada cinco minutos — estão mesmo ao lado de uma das principais centrais estações da capital. Fica a pergunta: a poluição poderá afetar a qualidade das culturas, aparentemente expostas a um meio ambiente agressivo?

Se a verdura destes vegetais nos inspira pouca confiança, a proliferação das hortas urbanas durante os últimos anos em Lisboa deveria ser suficiente para deixar cair a ideia das hortaliças tóxicas. Em 2016, um estudo realizado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA), em parceria com a Câmara de Lisboa e com a Junta de Freguesia de Alvalade, avaliou seis hortas: no LNEC, no vizinho Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), no Vale de Chelas, junto à CRIL e na Quinta da Granja, em Benfica.

Com o objetivo de perceber até que ponto a poluição atmosférica tinha impacto nas espécies hortícolas, o estudo revelou elementos no solo e águas com valores acima dos recomendados. Mas a qualidade do que é produzido nestas hortas não saiu afetada: os produtos não estavam contaminados. Estamos na terra dos alfacinhas. E convém não esquecer que Lisboa vai ser a Capital Verde Europeia em 2020, com várias atividades relacionadas com o ambiente, mobilidade, biodiversidade e reciclagem.

Se anda desatento, mas gostava de acompanhar este fenómeno das hortas urbanas, a NiT revela-lhe onde estão os cinco principais espaços deste género em Lisboa.

Parque da Quinta da Granja 

 

Fica perto da Estrada de Benfica, no cimo de uma pequena elevação. Era uma quinta, junto à Avenida do Uruguai e a Avenida Lusíada, com um espólio representativo do modo de vida tradicional de uma quinta agrícola: o lagar, a coleção de utensílios e maquinaria agrícola e a coleção de cangas. O Parque da Quinta da Granja fica em frente ao Colombo, do outro lado da 2.ª Circular, na Avenida Eusébio da Silva Ferreira. Entra-se pela Avenida do Colégio Militar, pela Estrada de Benfica ou vindo dos lados do Jardim da Luz.

O local oferece um espaço de natureza, verde, simples, com algum silêncio e espaço para estar ou caminhar. Tem um pequeno quiosque com esplanada, passadeiras para caminhar pelo parque e ainda uma ciclovia. São um total de 56 talhões.

Quinta da Granja.

Horta de Telheiras

 

Durante vários anos, a Associação de Residentes de Telheiras batalhou pela criação de uma horta urbana naquela zona da cidade. Chegou ate a ser encomendado um projeto ao arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles para o desenvolvimento de uma horta comunitária, tendo os moradores lançado as primeiras sementes em 2010.

O Parque Hortícola de Telheiras fica a cerca de 200 metros deste local, e foi inaugurado em 2012, após um concurso lançado pela câmara de Lisboa. São ao todo 29 talhões destinados apenas agricultura em modo biológico. A zona é servida por uma ciclovia.

Parque Hortícola de Carnide 

 

É a horta mais recente inaugurada pela Câmara de Lisboa. É um dos maiores parques hortícolas da capital, situado na freguesia de Carnide, e abrange uma área total de 2,5 hectares, divididos por 106 talhões de cultivo. Inaugurado em março deste ano, está integrado no corredor verde periférico entre o Parque Urbano da Quinta da Granja, em Benfica, e o Vale de Ameixoeira, em Santa Clara, e conta com 106 talhões de cultivo, numa área total de 2,5 hectares.

Horta em frente ao Centro Comercial Colombo.

Parque Hortícola dos Olivais

 

Dispõe de 31 talhões de cultivo, entre 80 e 140 metros quadrados Foi um dos parques que resultou do concurso lançado pela Câmara Municipal de Lisboa, em 2013, para atribuição de 130 talhões. Alguns destes estavam enquadrados nas “hortas sociais”. As “hortas de recreio” têm um valor por metro quadrado de 1,6€. Como acontece em todas as hortas promovidas pela autarquia lisboeta, nos Olivais os agricultores têm direito aos abrigos de uso colectivo para guardar alfaias e outro material de apoio ao cultivo, bem como acesso a água para rega.

Jardins de Campolide

 

Também denominado por Jardim Amnistia Internacional, este jardim é parte integrante do Corredor Verde de Monsanto, um projeto da autoria do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles. Aqui foi criado de raiz o Parque Hortícola dos Jardins de Campolide, como forma de incentivar a agricultura urbana. Além do parque hortícola, a zona tem equipamentos de fitness, quiosque com esplanada, parque infantil.

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Fonte: Nit

 

2 respostas para “As hortas urbanas continuam a invadir Lisboa”

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